De acordo com o coronel Josué Limeira, ele não teria sido avisado de que o evento também seria um ato em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que, portanto, “não é compatível com um Clube militar permitir eventos desse tipo em suas instalações”. O oficial da PM se referiu ao ex-presidente como “criminoso condenado em todas as instâncias (sic)”.
Lula foi condenado em segunda instância a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva no caso do tríplex do Guarujá, em São Paulo. E, atualmente, cumpre prisão na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, no Paraná.
“O ato marcado para o dia 20 de maio é sim um ato em defesa da liberdade de Lula, do direito do maior líder político do Brasil sair como candidato nas eleições à Presidência da República (…) E assim como tem sido desde o início da caçada humana contra o ex-presidente Lula, é impossível dissociar o nosso nome da luta em defesa de nosso eterno presidente, porque Lula vale a luta e o que queremos é Lula livre e Lula presidente”, afirma Marília Arraes.
Se dizendo surpresa com o cancelamento do aluguel, a petista disse que o evento, marcado para o dia 20, está mantido e será realizado em “um espaço onde a democracia é bem-vinda”.
“Esse é mais um triste capítulo deste grave momento que vivemos em nosso País, no qual os direitos e conquistas estão sendo sufocados por um verdadeiro Estado de Exceção”, afirma.
A parlamentar rebateu as declarações do presidente do Clube dos Oficiais de que o evento seria utilizado para lançar a sua pré-candidatura ao Palácio das Princesas, outro motivo alegado pelo coronel Josué Limeira para cancelar a locação do espaço. Segundo ele, a instituição teria consultado a Procuradoria Regional Eleitoral e teria sido informada de que o ato de lançamento da candidatura de Marília Arraes não poderia ser realizado, “pois ainda está fora do período permitido por lei”.
“Não há, como sugeriu a presidência do Clube dos Oficiais, nenhum atropelo ao calendário eleitoral. Trata-se, simplesmente, de uma atividade inerente à democracia partidária do PT”, rebate Marília, que ressalta “que em nenhum momento houve qualquer menção ao lançamento de candidatura e sim a realização de um ato, de caráter interno para os filiados” em defesa da sua pré-candidatura.
“Lamentamos, sinceramente, que atitudes como essa aconteçam em Pernambuco, contrariando o espírito libertário do povo de nosso Estado. Mas seguiremos em frente, de cabeça erguida e com a certeza e a coragem de quem sabe que está lado certo da história”, afirma a vereadora.