Candidatura de Collor segue ‘firmíssima’, diz presidente do PTC
O ex-presidente da República Fernando Collor de Mello (PTC), hoje senador pelo Estado de Alagoas, está “animadíssimo” com a expectativa de concorrer pela segunda vez ao Palácio do Planalto, cargo que já ocupou após vencer o também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 1989. É o que disse o presidente nacional do seu partido, Daniel Tourinho, ao Blog de Jamildo.
A história se repete e novamente Fernando Collor se coloca como pré-candidato à Presidência pelo mesmo partido nanico que o abrigou para concorrer na disputa de 89, o Partido Trabalhista Cristão, à época chamado de PRN, Partido da Reconstrução Nacional. Na ocasião, a legenda já era comandada por Daniel Tourinho, que mais uma vez cede a sigla para o atual senador disputar o Planalto. Segundo Tourinho, a pré-candidatura presidencial de Collor está “firmíssima” e é “gratificante” voltar a ter o senador como presidenciável do partido mais de 20 depois.
Ao Blog, o presidente do PTC disse que a ideia de disputar a presidência partiu do próprio senador – que tem mais quatro anos de mandato -, e já teria os pontos principais do seu programa de governo. “Eles estão englobados no tripé Desenvolvimento Econômico, modernização e Justiça Social”, afirmou, Tourinho. A pré-candidatura de Collor conseguiu atrair novos membros para a legenda, segundo Tourinho. “Não só filiados, mas também candidatos a deputado federal”, disse.
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“A meta é eleger de 13 a 17 deputados e de três a 4 senadores”, afirmou. Entre os candidatos a deputado federal, está o filho do senador James Fernando Collor. Atualmente, o PTC não tem nenhum deputado federal. Em 2014, elegeu dois representantes na Câmara Federal, mas perdeu os dois deputados para outras siglas. Na janela partidária de abril deste ano, o PTC trabalhava com o retorno dos parlamentares mas acabou não acontecendo.
O partido ficou longe de atingir a cláusula de barreira nas última eleições presidenciais. Na reforma política aprovada no ano passado, as legendas ficaram obrigadas a alcançarem 1,5% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados em pelo menos nove Estados. A meta tem que ser atingida para continuarem a receber recursos do fundo partidário e manterem o tempo de propaganda de rádio e TV a partir de 2019.
De acordo com Daniel Tourinho, a candidatura de Collor pode ajudar a legenda a atingir o desempenho exigido pela cláusula e conseguir sobreviver. “O objetivo maior é elegê-lo presidente. Superar a cláusula de Barreira em razão da candidatura dele é consequência lógica”, disse.
Perguntado como avalia o desempenho do senador nas últimas pesquisas de intenção de voto, Tourinho disse que está “dentro do esperado”. No último levantamento do CNT/MDA, Collor apareceu com 0,9% no cenário com o ex-presidente Lula.
Questionado ainda sobre o desafio de uma campanha com escasso tempo de TV para se defender do caso do impeachment sofrido pelo presidenciável, disse que “as redes sociais estão ai para isso”. O parlamentar ainda é réu na Operação Lava Jato, acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Entre 2010 e 2014, o ex-presidente teria supostamente recebido um repasse de pelo menos R$ 29 milhões em propinas. A defesa do senador nega e diz que vai provar sua inocência.
Collor renunciou à Presidência, em 1992, depois do processo de impeachment contra ele ter sido aprovado pela Câmara dos Deputados. Perdeu seus direitos políticos por oito anos. Na eleições de 2000, tentou disputar a Prefeitura de São Paulo, mas foi impedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2002, voltou a concorrer a um cargo público. Desta vez, disputou o governo de Alagoas, ficando em 2º lugar com 40,2% dos votos. O então governador Ronaldo Lessa acabou reeleito no primeiro turno com 52,9% dos votos.
Em 2006, disputou o Senado por Alagoas e foi eleito. Durante o seu mandato, aproximou-se do ex-presidente Lula, com quem teve embates históricos nas eleições de 89. Nas eleições de 2010, foi novamente candidato ao governo de Alagoas, mas perdeu a eleição para Teotônio Vilela Filho. Em 2014, Collor foi reeleito senador.