Mais da metade dos venezuelanos que entraram no Brasil já deixou o país
Mais da metade dos venezuelanos que entraram no Brasil já deixou o país
Dos 127 mil venezuelanos que entraram no Brasil desde 2017, mais da metade deixou o país
Dos 127,7 mil imigrantes venezuelanos que entraram no Brasil pelo município de Pacaraima, na região de fronteira de Roraima, no ano passado e neste ano, mais da metade já deixou o país. Dos 68,9 mil que saíram, a maior parte (47,8 mil) fez o caminho por fronteira terrestre e 21,1 mil pegaram voos internacionais.
Os dados foram apresentados na 5ª reunião do Comitê Federal de Assistência Emergencial, realizada nesta segunda-feira (16) no Palácio do Planalto, e divulgados pela Casa Civil.
Dentre os venezuelanos que deixam o país por via terrestre, 66% voltam ao país natal por Pacaraima; 15% pela Ponte Tancredo Neves, em Foz do Iguaçu, no Paraná; 6% por Guajará-Mirim, em Rondônia; 6% por Uruguaiana, no Rio Grande do Sul; e 7% por outras localidades.
De acordo com os dados divulgados pela Casa Civil, as principais rotas de saída por via aérea são os aeroportos de Guarulhos, em São Paulo (58%); Manaus (15%), Brasília (13%) e do Galeão, no Rio de Janeiro (11%).
Os venezuelanos buscam abrigo no Brasil fugindo da crise econômica intensa instalada no país vizinho. Eles chegam ao Brasil pela fronteira com Roraima.
Pedidos de refúgio e residência
De 2015 a junho deste ano, 56,7 mil venezuelanos procuraram a Polícia Federal para solicitar refúgio ou residência no Brasil.
Nesse período, 35,5 mil pediram refúgio e 11,1 mil solicitaram residência. Além desses, 10,1 mil agendaram atendimento, sendo que 5,9 mil não retornaram.
Interiorização
Venezuelanos na rodoviária de Manaus (Arquivo/Agência Brasil)
Ao todo, cerca de 4 mil venezuelanos estão em nove abrigos de Roraima. Até agora, 690 foram levados para as cidades de São Paulo, Manaus, Cuiabá, Rio de Janeiro, Igarassu e Conde, ambas na Paraíba. Está prevista para a próxima semana novas viagens para Brasília, Cuiabá, Rio de Janeiro e São Paulo.
Em abril, o governo deu início a um processo de distribuição de imigrantes venezuelanos concentrados em Roraima para outras unidades da Federação, no chamado processo de interiorização.